sexta-feira, 30 de maio de 2008

A Invasão Ibérica

Desta vez pelo Flávio, porque os mouros já tiveram sua chance...

Faz quase um mês que retornei da viagem a Portugal e Espanha, mas eu sempre soube que seria necessário muito tempo pra descrever a experiência. Depois de descarrgar as fotos no computador, descartar as mal-sucedidas e escolher as melhores pra expor aqui, começo o longo processo de carregar as fotos no site e acrescentar as respectivas e respeitáveis legendas (afinal, estas exigem um pouco de pesquisa). O melhor disso é poder relembrar a jornada, narrada a seguir.

Tudo começou com o famoso vôo low cost de Milão para Girona, a 85 Km de Barcelona, onde cheguei por volta das 22h. Por razões bem conhecidas pelos meus colegas desbravadores da Europa eu passei a noite no aeroporto, onde todos tínhamos total liberdade de ocupação do espaço numa tentativa bastante corajosa de dormir a maior quantidade de tempo possível, entre o último vôo da noite e o primeiro da manhã seguinte. No meu caso o primeiro ônibus da manhã seguinte, que me levaria à cidade de Girona (a 25 Km do aeroporto) de onde tomaria o trem até Barcelona. Eu até que consegui dormir por 2 horas, antes de pegar o ônibus às 6h30. Cheguei em Girona às 7h00 da manhã.

Mochilão nas costas (pesando cerca de 10 Kg), tive a idéia de andar um pouco pela cidade, em vez de ir direto a Barcelona. Acho que valeu a pena!


Depois de um tempo morando na Itália, achei que já tinha visto o suficiente de igrejas, mas essa me surpreendeu. Achei muito bonita.


Em uma das ruazinhas, me deparei com essa "janela" que é na verdade uma pintura.


Atrás da Catedral. Ainda não descobri se era a própria catedral vista de trás ou um dos prédios que fazem parte do monastério que data do século XII.


Como toda boa cidade medieval, Girona também teve sua muralha. Ainda bem conservada, onde se pode andar e admirar a vista da cidade e dos arredores como nesta foto. Achei interessante esse jardim elevado, praticamente na mesma altura da muralha.


Aqui se vê bem uma parte da muralha, bem como o interior e o exterior da cidade antiga.


Cheguei no dia de San Jordi, o padroeiro da Catalunya. É o dia mais comemorado na região, quando os homens dão rosas às mulheres, que dão livros aos homens. Assim, as ruas ficam tomadas por bancas de rosas e de livros.


Casas às margens do rio Onyar. Cena típica da cidade de Girona.

Depois de passar a manhã em Girona (reparem que na maioria das fotos não tem ninguém mais, devido ao horário insólito do passeio), peguei o trem pra Barcelona. Eu já esperava a pitoresca obra de Gaudí, porém a cidade se revelou ainda mais extravagante em vários outros aspectos.


Começando pelo começo: Barcelona é sinônimo de (mas não somente) Gaudí. Essa é a Casa Batlló. Infelizmente eu não tenho uma foto boa, porque a essa altura eu já estava esgotado de carregar a mochila. Logo depois disso eu resolvi colocá-la num armário numa estação de trem, o que salvou o dia.


E essa é a Pedreira (Casa Milà), outra obra de Gaudí.


Voilà a obra-prima de Gaudí, a trabalhosa e inacabada Catedral da Sagrada Família.


Um dos vitrais da Catedral.


As famosas torres (e as obras que fazem parte da conclusão da Catedral).


Foi quando meu cabelo começou a se rebelar...


Detalhe das inscrições na torre: Sanctus


Detalhe do topo das torres laterais. Parece uma chaminé onde foram caindo e acumulando frutas, ou cereais...


A escada por onde se desce. Sem corrimão, e extremamente estreita.


O interior da Catedral.


E a outra fachada.


Torre Agbar, aqui vista do topo da Catedral. O formato é um pouco polêmico, porém certamente de arquitetura sofisticada.


À esquerda, a torre vista de perto. À direita o interior, com os vidros coloridos nas janelas. As cores são bem vistas do interior durante o dia e do exterior durante a noite, quando o prédio se ilumina por dentro. Na foto da esquerda é possível ver um pouco o efeito das cores (azul e vermelho).


O Arco do Triunfo (Arc de Trionf).


Próximo ao Arco há o Parc de la Ciutadela. Um local muito agradável, onde muitos descansam, cochilam, conversam ou se reúnem com os amigos para tocar violoncelo, flauta transversal, etc. E tocavam muito bem!


O famoso mercado La Boqueria, na super movimentada avenida la Rambla. Típica cena: o mercado, uma multidão querendo atravessar a rua, e o táxi preto e amarelo como todos na cidade, tentando estacionar onde as pessoas esperam para atravessar.


O mercado, considerado um atração imperdível pelos guias turísticos, contém cenas de dar água na boca.


Uma das minhas preferidas. Vários tipos de sucos.


É claro, Barcelona também tem o Mediterrâneo! E um pier nada convencional, obviamente.


As praias não são tão bonitas quanto no Brasil, mas são muito organizadas e limpas. Além disso as redondezas costumam ser bem agradáveis. Nessa foto dá pra ver duas torres comerciais e a cobertura dourada em formato de peixe (acho que é o topo de um restaurante, ou clube). O "pontinho" preto na água é um cachorro que nadava muito bem.


No fim de uma tarde fui ao Parc Güell, outra obra do Gaudí.
Pra chegar lá tem uma subida enorme, mas isso foi devidamente remediado com várias escadas rolantes!



O local mais freqüentado do parque, os banquinhos cheios de mosaicos, marca registrada do Gaudí. Dali se tem uma panorâmica da cidade.


Sentado nos banquinhos pra fazer o piquenique básico.


Duas casas que fazem parte do parque. Parece um conto de fadas.


Na verdade, tudo que Gaudí fez parece meio surreal.


Acho que ele devia se divertir muito trabalhando. O parque foi idealizado como um espaço de lazer e entretenimento para os cidadãos.


O portão é de metal, mas é idêntico ao resto do muro, feito de pedras.


No meio do caminho tinha uma árvore. E Gaudí fez questão de mantê-la no seu lugar no projeto final.


A casa onde Gaudí morou. Curiosamente, foi projetada por um outro arquiteto.


Alguém aí assistiu "O Albergue Espanhol"? Pois é.


Fato: o Mediterrâneo é sempre lindo! E aqui ficou melhor ainda com uma praia de areia, e não de pedras. Porém, ele ainda é muito frio a maior parte do ano. Essa praia é na verdade na cidade de Badalona, bem próxima de Barcelona.


O passeio à beira-mar de Badalona, onde a vida noturna costuma ser bem agitada. Aqui também foi onde eu comi pela primeira vez Tapas, o nome genérico dos aperitivos na Espanha.


Depois de toda a extravagância, a sobriedade do Bairro Gótico.



É como um colírio.


E, um pouco fora da rota turística da cidade, o parque com jardins de labirinto (esqueci o nome do parque).


Eis o labirinto! E não é que eu me perdi mesmo?
Esse foi o cenário de um filme bem famoso, que eu não me lembro agora...



Ainda bem que colocaram o aviso de "Proibido nadar", afinal o tanque é muito convidativo...


Vista do Palau Nacional (Museu Nacional de Arte Catalã), a partir da Plaça d'Espanya. Lá no fundo, aos pés do Palau, já se vêem sinais da Fonte Mágica.


Eis a fonte!


O Palácio/Museu.


Ao entardecer, inicia-se o espetáculo de cores e sons: as "muitas águas" da fonte acompanham a música que preenche todo o ambiente e entretem uma multidão de turistas. Sem dúvida, um dos meus lugares preferidos em Barcelona (juntamente com o Parc Güell). No fundo e ao centro, o Monte Tibidabo, em cujo topo há uma igreja e um parque de diversões (eu achei isso fascinante).

Para os mais atentos, que repararam no idioma que apareceu nos nomes dos lugares em Barcelona e Girona: na Catalunha se fala, antes de tudo, o Catalão. Que não é um dialeto do Espanhol, mas um idioma como o Francês, o Italiano, etc.
E depois de uma passagem fantástica por Barcelona, que venha Portugal! Começando pela cidade do Porto.


O Oceano Atlântico!


Eu, a cidade do Porto, e a ponte que liga Porto e Gaia. Ah é, deixei o cabelo em Barcelona!


Acho que são réplicas das históricas embarcações que traziam o vinho desde as regiões de cultivo (as quintas) até as cavas, pelo rio d'Ouro.


Duas igrejas, uma não tem nada a ver com a outra. No meio, a casa mais estreita da cidade do Porto (onde morava um clérico de uma das igrejas).


Mais uma vez o Atlântico. Olha, ali do outro lado fica o Brasil!


Que vida difícil!


O pôr-do-sol

Depois de um dia fascinante na cidade do Porto, rumei para Coimbra, uma cidade famosa por sua universidade, mas com um papel de destaque na história de Portugal.


Essa é a Sé Velha, exemplo do estilo Manuelino (basicamente é esse "remendo" acrescentado na fachada, para descaracterizar ou disfarçar o estilo muçulmano).


Universidade de Coimbra, a terceira mais antiga da Europa. Entrada do prédio principal.


A antiga biblioteca da universidade. Aqui dá até vontade de estudar! Alguns livros datam de 1200. Muito antes de Cabral chegar no Brasil...


Recuperação da igreja soterrada pelas enchentes do rio Mondego.


Ponte de pedestres sobre o Mondego, em homenagem ao amor de Dom Pedro e Dona Inês.


Ao fundo, no topo, a Universidade de Coimbra. A cidade é muito bonita.


Mais um exemplo do estilo Manuelino.


Um jardim próximo ao centro. Dizem que foi projetado instantaneamente, tendo sido esboçado sobre a própria mão do projetista.


Cena típica das nossas viagens. A Natali lendo as informações do guia em voz alta, achando que todo mundo presta muita atenção. Eu tirando fotos, geralmente auto-fotos. Enquanto escuto, é claro, a leitura do guia.


Praça do Comércio (1775)


Elevador de Santa Justa, ligando a parte baixa à alta.


Estação do Rossio. Logo ao lado fica o hotel de "Primo Basílio".


Prédio projetado para parecer uma caravela (como se ela estivesse em pé).


Teleférico e ponte Vasco da Gama, no Parque das Nações.


Mosteiro dos Jerônimos, no bairro do Belém.


À esquerda, o Padrão dos Descobrimentos. Mais no fundo, a ponte 25 de Abril (antiga Salazar).


Em frente ao Padrão, o mapa-mundi compõe o pavimento. Eu numa tentativa mal-sucedida de apontar Anápolis no mapa...


Cena pitoresca: um navio, uma ponte "irmã" da Golden Gate, um Peugeot 206, um casal passeando à beira do Tejo, e lá no fundo à direita o Cristo.


A Torre de Belém. Daqui saíram as caravelas que chegaram até nós! Ah, aqui pertinho se vende o famoso Pastel de Belém, delicioso!


O Palácio da Pena (próximo à cidade de Sintra), expoente do Romantismo do século XIX. Simplesmente fascinante!


Uma combinação de diversos estilos e cores, onde a família real costumava passar o verão.


E o cantinho que encontramos pra fazer nosso piquenique. Nada mal (reparem no mar lá no fundo, e uma praia de areias brancas).


O Palácio visto do ponto mais alto do Parque da Pena (o imenso jardim onde o palácio está situado). Não só o palácio tem várias cores, como a vegetação tem vários tons de verde.


Novamente o palácio, com vista para o mar e tudo. Eu diria que a família real sabia muito bem ser nobreza, apesar de não saber reinar muito bem.

Mais uma vez vários tons de verde. O parque reúne vários tipos diferentes de vegetação, de várias partes do mundo.


E a cidade em si também é muito charmosa.


Aqui o Palácio Nacional de Sintra, um outro local de hospedagem da realeza do século XV ao XIX.

Após a passagem extremamente agradável por Portugal retornei à Espanha, dessa vez em Madrid. Cheguei em uma data muito interessante, o 2 de Maio, com muitas comemorações e eventos abertos ao público. A data marca o dia em que a população de Madrid se revoltou contra a dominação francesa. E especialmente esse ano comemorou-se o bicentenário.


Os preparativos para o espetáculo que seria apresentado em uma das praças.


O espetáculo começa, contando com um público imenso. Um ator pendurado por um guindaste representa o exército francês. Foi um espetáculo impressionante! E como o nacionalismo é visível nos madrilenhos.


Uma pequena amostra do grandioso espetáculo.


Templo Egípcio de 2.200 anos, presenteado à Espanha pela ajuda na recuperação de descobertas arqueológicas no Egito.


O Palácio Real, lado norte.


O Palácio Real, lado sul.


A Catedral de la Almudena, fachada.


Catedral de la Almudena, por trás.


Praça da prefeitura.


Plaza Mayor


Palácio das Comunicações


Biblioteca Municipal


Porta de Alcalá


Estação Atocha


O interior da estação, parece uma floresta.


E depois de longas horas no Museu do Prado (maravilhoso), um ótimo local pra descansar e fazer um lanchinho.


E aparentemente eu não fui o único a ter essa idéia...

Dois países a mais na memória, dois a menos na lista de destinos. Cada um com sua própria imagem, ambos surpreendentes e inesquecíveis. Valeu a pena!

Dessa vez não deu pra perfumar as legendas das fotos com muitas datas, detalhes e informações. Mas acho que foi o suficiente pra começar uma pesquisa mais a fundo, a quem interessar possa. E foi o melhor que pude fazer, afinal já tem mais coisas na lista para serem publicadas. No último fim de semana fui pra Toscana, que dizem ser a região mais bonita da Itália. E amanhã estou indo para Paris! Mas não é só moleza não, hoje à tarde (domingo) estava fazendo trabalho. Mas isso não merece foto nem descrição no blog! =D

E por tudo isso sou muito grato a Deus, que continua mantendo tudo sob controle. E começo a sentir vontade de voltar, o que é bom porque a hora está quase chegando. Tudo no tempo certo! Pronto.